“13 A Páscoa dos judeus estava próxima, e Jesus subiu a Jerusalém.”
Em várias ocasiões, o evangelho afirma que Jesus celebrou a Páscoa judaica (5:1, 6:4, 7:2). Devido à expansão de vários movimentos judaicos no Império Romano Antigo, ninguém no público original, mesmo quando os gentios do primeiro século leram este texto, precisava ser informado que a Páscoa era uma festa judaica. [25] Todas as pessoas com algum interesse em assuntos cristãos já sabiam que a Páscoa tinha algo a ver com o antigo Israel, uma vez que a presença judaica, em geral, era numerosa e bem espalhada por todo o Império.
A designação “judaica” para a Páscoa, que era celebrada por ambos os grupos (Samaritanos, judeus entre outros grupos israelitas), muito curiosamente é declarada cada vez que esta festa é mencionada ( Jo 2:13 , 6:4 , 7:2 , 11:51, 55 ), mas surpreendentemente a Festa da Dedicação que ocorria no inverno (Hanukkah) nunca teve a palavra “judaica” ligada a ela (Jo.10: 22 ). Isto porque os samaritanos não comemoravam esta festa e, portanto, não precisavam de tal especificação cujo calendário é seguido. Lembrar que os samaritanos rejeitaram a legitimidade do templo de Jerusalém e não teriam tido motivo para comemorar a purificação e rededicação do Templo de Jerusalém.
Além das Páscoas samaritana e judaica havia também outras Páscoas celebradas de acordo com diferentes calendários israelitas. Por isso, foi muito importante especificar qual Páscoa Jesus celebrou. Jesus não era um samaritano. Nem era um Qumranita. Ele era, de fato, um Galileu, israelita centrado em Jerusalém. Em uma palavra , ele era um judeu.
© By Eli Lizorkin-Eyzenberg, Ph.D.
A relação entre a Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã é muito interessante. Para aqueles que aceitaram Jesus como o Messias, há perfeita integração entre os textos. Por exemplo, Deuteronômio, 6:5, o mandamento de amar ao Eterno, o Criador do Universo, acima de todas as coisas. Sinceramente, acredito que o Messias anunciado foi mesmo aquele a quem chamamos Jesus Cristo.
A questão de ser Jesus um judeu é raramente percebida. E mais: além de judeu, era rabino, o que consta em muitas passagens dos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. E não apenas rabino era Jesus; ele era também um judeu ortodoxo, ou seja, cumpria a Lei Mosaica em sua essência espiritual, a da prática da caridade em qualquer circunstância ou dia, mesmo que fosse num sábado.
Obrigado Dr. Eli pelo belíssimo trabalho que faz.
Atenciosamente, Celso.